A movimentada vida do Mercado de Xipamanine, em Maputo, Olinda Matule, de 59 anos, mantém sua banca de roupas usadas impecável — sempre apresentando peças limpas e atraentes — enquanto sustenta sozinha os seus filhos. Mesmo após mais de três décadas vendendo no local, Olinda afirma que nunca enfrentou qualquer preconceito por seu ofício. As peças mais desejadas pelos clientes incluem roupas indianas, fatos de banho e, ocasionalmente, roupas de marcas reconhecidas trazidas em fardos.
Recentemente, Saquina Davide, de 27 anos, ingressou também no ramo. Ela frequenta há dois anos as lojas da ADPP na Machava, conhecidas por oferecer roupas de boa qualidade, exclusivas e com preços acessíveis — por exemplo, compra peças por apenas 25 meticais (cerca de 0,3 €), que revende por até 100 meticais (aproximadamente 1,3 €).
Vasco Muchamo, de 36 anos, concentra-se em roupas infantis. Ele relata que essa atividade sustenta muitas famílias com poucos recursos, oferecendo opções de vestuário dignas a preços acessíveis, já que muitos não têm condições para comprar em lojas convencionais.
O projeto da ADPP, que já atua no país há mais de 30 anos, gera renda para mais de 200 mil pessoas — diretas e indiretamente. Essa renda, além de sustentar famílias, financia projetos sociais importantes, incluindo escolas de formação de professores.
O impacto ambiental positivo dessa iniciativa também foi destacado: ao reutilizar roupas, evita-se a produção de novas peças — um processo que consome grandes volumes de água e energia — reduzindo significativamente a degradação ambiental.
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